A Albânia e a Croácia receberam ontem, durante a cimeira de Bucareste da NATO, um convite formal para aderirem a esta organização de segurança militar, fundada a 4 de Abril de 1949, em plena Guerra-Fria. Todavia, outros estados com a Macedónia, a Geórgia e a Ucrânia viram as suas expectativas de adesão frustradas. No caso da Macedónia, o entrave resultou do conflito que persiste com a Grécia sobre o nome oficial do Estado, que esta apenas reconhece como ex-República Jugoslava da Macedónia, por ter uma província com o mesmo nome. No cerne da questão está ainda partilha territorial da antiga Macedónia otomana, efectuada nas guerras balcânicas de 1912-1913, e a herança cultural e identitária da Antiguidade Clássica de que Alexandre o Grande é um símbolo bem conhecido (ver também notícia da revista Der Spiegel). Nos casos da Geórgia, situada no Cáucaso e da Ucrânia, no Leste europeu, na actual fronteira com a Rússia (ambas ex-repúblicas da extinta União Soviética), os convites de adesão não se concretizaram. Aqui a razão de fundo foram divergências de entendimento entre os membros da NATO: se esta adesão tinha o apoio claro dos novos membros da Europa Central e de Leste - e está em sintonia com a actual visão dos EUA sobre a segurança na região -, contrastou também com a atitude de travagem do alargamento feita por alguns dos antigos membros da Europa ocidental, sobretudo da Alemanha e da França (ver notícia do jornal La Libre Belgique e da revista Der Spiegel). Por sua vez, este último país anunciou ainda a sua intenção de reingressar na estrutura militar da organização em 2009, que abandonou em 1966, na altura do general De Gaulle, e que levou à transferência da sede da NATO de Paris para Bruxelas, onde se situa actualmente (ver editorial do jornal Le Monde).
JPTF 2008/04/04
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