abril 22, 2008
‘Atena Negra. As Origens Afroasiáticas da Civilização Clássica‘, de Martin Bernal
Uma faceta pouco conhecida na Europa, e menos ainda em Portugal, sobre a academia e a sociedade norte-americana, são as chamadas "guerras de cultura". No centro da polémica está, frequentemente, o passado histórico: porque deverá um aluno norte-americano, não branco e de origem não europeia, estudar a história da Europa e da civilização clássica greco-latina? Para além desta controvérsia sobre os curricula escolares, uma outra estalou há cerca de 20 anos atrás, ligada à publicação do livro Atena [ou Atenéia] Negra. As Origens Afroasiáticas da Civilização Clássica (vol. 1, A Fabricação da Grécia Antiga 1785-1985), de autoria de de Martin Bernal, um professor de origem britânica da Universidade Cornell, nos EUA. A tese de Martin Barnal sugere que, afinal, a civilização clássica grega era essencialmente de origem afro-asiática e não se deve ao génio helénico como estamos habituados a estudar nos manuais de história. Numa vulgata distorcedora desta tese, que surgiu depois em certos Estudos Afro-Americanos, os gregos teriam mesmo "roubado" várias descobertas e invenções científicas a povos que podem ser considerados africanos. Como consequência, a civilização ocidental estará em débito no reconhecimento das suas origens africanas (e asiáticas). Hoje, com as primárias do Partido Democrata ao rubro, e com a cáustica troca de acusações entre Hillary Clinton e Barack Obama, o livro poderá voltar sair da prateleira para alimentar o argumentário do debate político.
JPTF 2008/04/22
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