abril 20, 2008
Fatwa de ulema ‘condena‘ à morte dois autores sauditas, por dizerem que cristãos e judeus não são ‘infiéis‘
Um ulema saudita, Abdul Rahman al-Barrak, emitiu um fatwa (opinião legal) onde, segundo a sua interpretação da Xária (Sharia), os textos de Abdullah bin Bijad e Yusuf Abu al Khayl publicados no Al-Riyadh, violaram a lei islâmica. Na fatwa onde declarava os dois autores takfir, acrescenta ainda que se estes não se retractassem deveriam ser executados por crime de apostasia (abandono) do Islão e sem ‘direito aos rituais de enterro‘. Em causa estão artigos publicados em Março nesse jornal saudita - que até parece ter gente com uma visão aberta do mundo e algum sentido de humor (ver o cartoon ao lado) -, algo não muito apreciado pelo ulema de 75 anos, defensor da ‘moral e dos bons costumes‘ em terra islâmica. O ulema ficou chocado com o facto de Abdullah bin Bijad e Yusuf Abu al Khayl terem defendido publicamente, em textos publicados nesse jornal, que os seguidores de outras religiões monoteístas (dhimmis), como o Cristianismo o o Judaísmo, não deviam ser qualificados como ‘infiéis‘, como faz tradicionalmente o Islão wahhabita (um rito ultra rigorista do Islão, que tem o estatuto de religião oficial no reino saudita). Para o ulema Abdul Rahman, esta opinião expressa no Al-Riyadh é ‘subversiva‘ da ordem social e religiosa islâmica, pois contraria a Xária (Sharia), incitando os muçulmanos a mudar de fé. Decididamente, não é fácil ser escritor ou jornalista e ter opiniões liberais na Arábia Saudita. Ver notícias do Telegraph e do El Pais.
JPTF 2008/04/20
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