dezembro 21, 2012

Leituras: Nação & Defesa nº 133, Cibersegurança


Em Utopia, liberdade e soberania no ciberespaço: o regresso do Leviatã são discutidos os desafios que o ciberespaço e o risco de ciberataques acarretam para a soberania do Estado e para a liberdade do cidadão. A utopia libertário-anárquica, que dominou nos primórdios da Internet, está progressivamente a dar lugar a mecanismos  de controlo e de afirmação da soberania estadual, nomeadamente através da criação de “fronteiras” no ciberespaço. Esta tendência, embora sob formas diferentes, pode detectar-se quer nos Estados autoritários, quer nas democracias liberais ocidentais. Encontra-se também na organização das forças armadas, através da criação de cibercomandos, e nas OIGs ligadas à segurança e defesa como a NATO, onde se passou a incluir ameaça de ciberataques no conceito estratégico.

dezembro 14, 2012

‘A Europa federal não é para agora‘ in Libération (cartoon de Nicolas Vadot)


François Hollande e Angela Merkel acabam de pregar uma partida muito prejudicial à União Europeia. O par franco-alemão, por uma vez de acordo, decidiu ontem inviabilizar um debate estratégico sobre o futuro da Europa. Um debate adiado, suprimido ou mesmo banido.
Os Vinte e Sete tinham-se comprometido a adotar, antes do fim do ano, um “roteiro” político. Nele deviam constar as grandes etapas de uma “integração solidária” – para retomar uma expressão sibilina grata ao Presidente Hollande. Que solidariedade financeira, capacidade orçamental comum, controlo democrático?
Não se tratava de tomar decisões a respeito de tudo, nem de investir numa irresponsável fuga para a frente; pretendia-se apenas dinamizar todas as instituições da União e, sobretudo, abrir um vasto debate, às claras. Pelo menos por duas razões. A sobrevivência da zona euro depende disso: os Vinte e Sete só evitaram a catástrofe com decisões que foram dando passos no sentido da solidariedade financeira entre os Estados-membros, a cada cimeira apelidada de “última oportunidade”. Mas essa navegação à bolina – e é a segunda razão – foi feita sob pressão dos mercados, sem uma visão política e, sobretudo, nas costas da opinião pública.
Discordando quanto aos contornos de um novo federalismo europeu, franceses e alemães preferiram uma política de avestruz: Angela Merkel entra num período eleitoral e não quer correr nenhum risco, e François Hollande teme reacender velhas feridas dentro da sua maioria. Pare-se tudo! [...]
Ver a tradução do artigo original do Libération na Presseurop