O multiculturalismo está cada vez mais no centro da agenda política nas sociedades abertas da Europa/Ocidente, devido à crescente heterogeneidade e diversidade cultural da população. No último ano, acontecimentos dramáticos e extremamente mediatizados como os atentados terroristas no metro de Londres, em 7 de Julho, e os distúrbios e turbulência social verificada em França, a partir de 27 de Outubro e prolongando-se pelo mês de Novembro, reforçaram esta tendência, pela associação, correcta ou incorrectamente efectuada, ao “multiculturalismo de emigração”. Neste contexto político, o objecto deste artigo é a análise das relações que se podem estabelecer entre o multiculturalismo e a segurança societal, quer ao nível da discussão teórico-académica (com particular incidência no campo da Filosofia Política), quer ao nível de algumas evidências empíricas que se podem observar em sociedades europeias (Reino Unido e França) e da América do Norte (Canadá), associadas sobretudo às comunidades muçulmanas que vivem nesses países. Em particular, procura-se avaliar em que medida o multiculturalismo comporta um risco de ruptura da coesão societal, por erosão das instituições, práticas e valores que suportam e estabilizam as sociedades abertas e pluralistas. Ver texto integral do artigo.
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