maio 11, 2008

O Hamas visto por (um admirador) Azzam Tamimi


Nos Unritten Chapters sobre o Hamas (publicado pela Hurst & Co Publishers Ltd, de Londres, em 2006), Azzam Tamimi, um palestiniano estabelecido na capital britânica e director do Institute of Islamic Political Thought, apresenta o seu livro como uma nova análise, desapaixonada e não enviesada. O autor propõe-se corrigir os preconceitos dos media e do público ocidental sobre o HAMAS, normalmente visto como um movimento violento e terrorista (todavia, esses preconceitos não existem na redacção do jornal Guardian, onde o autor tem uma coluna regular, ao contrário dos seus críticos). Assim, a visão alternativa Azzam Tamimi é feita a partir de dentro do próprio movimento. Esta é certamente uma apresentação sedutora que sugere que a identidade do HAMAS e dos islamistas radicais está a ser ‘mal representada‘. A imagem ternurenta da capa, com o doce olhar de uma mãe e do seu filho, também sensibiliza. Afinal, talvez estejamos enganados e se trate mesmo de uma organização incompreendida, uma espécie de ONG humanitária islâmica. Mas, sendo assim, qual é então a ideologia do HAMAS? De forma bem mais esclarecedora do que no livro de Azzam Tamimi, esta pode ser aferida pela leitura do seu pacto fundador, disponível integralmente (em língua inglesa) no site da Escola de Direito da Universidade de Yale. O slogan (art. 8º) «Alá é o objectivo, o Profeta o seu modelo, e o Corão a sua constituição: A jihad é o seu caminho e a morte na senda de Alá é o mais sublime dos seus desejos», é bem sugestivo de uma missão que não é bem humanitária. Nada como saber a maneira como o HAMAS se apresenta a si próprio.
JPTF 2008/05/11

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