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O futebol também pode ser analisado como um fenómeno geopolítico. É isto que sustenta Pascal Boniface, director do Instituto des Relações Internacionais Estratégicas (IRIS), nesta publicação das Edições du Seuil de Paris (2002). Segundo o autor, o futebol representa a fase mais avançada da globalização, estando mais expandido do que a democracia, a internet ou a economia de mercado. Para além dos seus aspectos estritamente desportivos, o futebol tem implicações políticas. Numa altura em que as identidades se tornam fluídas, permite uma identificação nacional o que transforma as selecções nacionais em ‘embaixadores‘. À definição clássica de Estado com os seus três elementos tradicionais - território, poder político soberano e população -, será hoje necesário juntar um quarto: a selecção nacional de futebol... A independência nacional, no passado caracterizada pela possibilidade de defender as fronteiras e de ter uma moeda nacional (o que já não existe ao nível da ‘Eurolândia‘) transferiu-se para as provas internacionais de futebol. O futebol ter-se-à assim convertido num elemento da política internacional e numa expressão da actual globalização com a FIFA a superar a ONU em número de Estados.
JPTF 2008/06/07
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