outubro 26, 2012

‘Encalhados‘, cartoon de Wolfgang Ammer para o Wiener Zeitung


FMI admite que a Grécia vai falhar o objectivo da dívida pública abaixo dos 120% do PIB em 2020


Greek debt will be above the target of 120 percent of GDP in 2020, a preliminary report by the IMF showed late on Thursday, and Athens will need more reforms before emergency credit from international lenders can start flowing again.
Excerpts from the International Monetary Fund (IMF) report were presented to the Eurogroup Working Group (EWG) - junior finance ministers and treasury officials who prepare meetings of eurozone finance ministers.
"It is clear that Greece is off track and there is no chance they will cut the debt to 120 percent of GDP in 2020 as envisaged. It will be rather 136 percent, and this would be under a positive scenario of a primary budget surplus, a return to economic growth, and privatisation,» a euro zone official, who insisted on anonymity, said.
"New prior actions will be needed, on top of the existing 89,» the official said, referring to a list of already agreed reforms that need to be in place before any new tranches of eurozone and IMF emergency loans to Greece can be paid.
Apart from the debt projections, representatives of the IMF, the European Commission and the European Central Bank – known as the troika - have been calculating how much more money Athens will need if it is given until 2016 rather than 2014 to reach a primary surplus of 4.5 percent, as agreed in February.
A primary surplus or deficit is the budget balance before the government services its debt. In Greece's case, it would mean government tax revenues exceeding spending, meaning Athens is beginning to get on top of its budget-deficit problems.
The two extra years would give the fast-contracting Greek economy some welcome respite, allowing it to return to growth sooner and therefore increasing the chances the country would eventually be able to make its debt sustainable. [...]

Ver notícia no ekathimerini.com

outubro 12, 2012

Um curiosa perspectiva polaca sobre a União Europeia: ‘Conto das três Europas‘ cada vez mais distantes entre si


A primeira Europa, atingida pela crise da dívida, cerra fileiras para se salvar do desastre. Fá-lo com maior ou menor êxito, mas, pelo menos para já, tem-se mantido de pé.
A segunda Europa está na bancada, observando nervosamente como correm as coisas na primeira. Não se quer juntar a ela no imediato, porque não sabe se ela vai sobreviver e tal associação tem custos. Mas teme que, se a primeira Europa sobreviver, o fosso que as separa venha a aumentar muito. E que, quando finalmente se lhe juntar, não tenha peso. Uma esquizofrenia.
A terceira Europa já não é realmente Europa. Vive na sombra de uma antiga glória, coberta pela pátina de um império, convencida da sua singularidade e capacidade de sobreviver sem as outras Europas. É dominada pelo egoísmo nacional. É por isso que a terceira Europa adverte a primeira e a segunda de que não hesitará em bloquear o seu avanço, se tiver que defender os seus próprios interesses. Porque eles estão acima de tudo o resto.
Os países da primeira Europa estão a tentar avançar na integração e coordenação das suas políticas económicas, ficando o controlo dos países mais fortes sobre os mais fracos cada vez mais apertado. A Europa nº 2 está a tentar controlar o que está a acontecer na Europa nº 1, porque estamos todos no mesmo combóio. A Europa nº 3 está contente por se ter dado a divisão, porque há muito que tinha vontade de seguir o seu próprio caminho. [...]
Ver artigo em presseurop e versão original no jornal polaco Gazeta Wyborcza

outubro 09, 2012

‘Working paper‘ do FMI aponta caminho diferente de saída da crise


A valorização do euro entre 2000 e 2009 e a nova vaga de globalização - com a emergência da China, a integração da Europa de Leste na União Europeia e os choques petrolíferos e de preços de outras commodities - provocaram um abalo "assimétrico" dentro da zona euro, com os países "periféricos" a serem as vítimas de um ecossistema que gerou o aumento do endividamento e a perda de competitividade durante essa década. A grande crise financeira que irrompeu em 2007 veio colocar a nu essa nova realidade.
"A evidência que encontrámos de choques assimétricos exige que se coloquem no terreno mecanismos de partilha centralizada de risco e de transferência através dos países da zona euro de modo a facilitar o ajustamento em relação aos choques específicos de cada país", afirmam Ruo Chen, Gian-Maria Milesi-Ferretti e Thierry Tressel em "External Imbalances in the Euro Area" (Desequilíbrios externos na zona euro"). O trabalho de investigação dos três especialistas do Departamento de Investigação do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi publicado nos "Working Papers" daquela instituição em setembro e aparecerá na revista "Economic Policy". O estudo centrou-se nos cinco maiores devedores líquidos da zona euro - Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal.
Por isso, aqueles economistas do FMI afirmam que o "ajustamento externo" naqueles países deficitários não pode depender apenas do que "tradicionalmente" é recomendado -  uma "mistura", por um lado, de políticas de consolidação orçamental e desvalorização interna e, por outro, de fomento da produtividade e da competitividade das exportações.
"O ajustamento [dos periféricos] seria enormemente facilitado pelo alívio dos fatores externos", dizem os economistas do FMI. O que implicará forte procura externa (fomentada pelos membros da zona euro com excedentes), condições de financiamento menos onerosas e, também, uma depreciação do euro. "Ter no terreno transferências orçamentais, condicionadas por exigência de governação forte, será particularmente importante, dada a fraca mobilidade do trabalho e em virtude de rigidez no mercado de trabalho na zona euro", sublinham os investigadores. [...]

Ver artigo do Expresso e o Working paper do FMI 


outubro 08, 2012

Regiões mais ricas querem redesenhar o mapa da Europa

A Catalunha pode ser o catalisador de uma nova vaga de separatismo na União Europeia, com a Escócia e a Flandres não muito atrás. O grande paradoxo é que a União Europeia, que assenta no conceito de soberania partilhada, reduz os riscos para as regiões que aspiram à independência.
Ao mesmo tempo que, da crise da zona euro, poderá vir a emergir uma União Europeia pós-nacional, caminhando no sentido de mais união fiscal e do controlo mais centralizado dos orçamentos e bancos nacionais, a crise acelerou os apelos à independência das regiões mais ricas de alguns Estados-membros, encolerizadas por terem de financiar as regiões mais pobres.
O presidente catalão, Artur Mas, abalou recentemente a Espanha e os mercados ao convocar eleições regionais antecipadas e ao prometer um referendo sobre a independência de Espanha, apesar de Madrid o considerar ilegal. A Escócia planeia realizar um referendo sobre a independência no outono de 2014. Os flamengos da Flandres obtiveram uma autonomia quase total, a nível administrativo e linguístico, mas ainda se ressentem daquilo que consideram ser a hegemonia remanescente dos belgas de língua francesa e da elite de Bruxelas, emoções que estarão patentes nas eleições autárquicas de 14 de outubro. Há inúmeras coisas, como casamentos, que mantêm unidos países descontentes: história partilhada, guerras partilhadas, inimigos comuns. Mas a crise económica na União Europeia está também a pôr a nu velhos ressentimentos. [...]

Ver o artigo original do NYT e a tradução portuguesa da presseurop

outubro 03, 2012

Pessimismo para chamar à atenção ou visão realista do futuro? (Mais) um economista que antevê a economia portuguesa fora do euro


Sinopse do Livro
O euro tem graves problemas de arquitectura, para além de ter acumulado muitos erros de gestão, agravados pelas suas propriedades de instabilidade intrínseca. As reformas necessárias à sobrevivência do euro são politicamente inaceitáveis para os países que teriam que arcar com a maior fatia da factura, em particular a Alemanha. Assim, é cada vez mais provável um qualquer tipo de desagregação do euro, que pode começar com a saída da Grécia desta zona monetária. 

Ver a entrevista com o autor no Jornal i