Num desafio ainda maior à comunidade internacional, o Irão anunciou hoje planos para começar a construir – dentro de dois meses – dez novas centrais de enriquecimento de urânio, informou a agência oficial IRNA, em Teerão. A capacidade de cada uma das novas centrais será igual à de Natanz, com uma produção anual de 200 a 300 toneladas.
Este anúncio surge no dia em que o presidente do Parlamento iraniano, o conservador Ali Larijani, avisou que a República Islâmica poderá romper a cooperação com os inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), depois de este organismo das Nações Unidas ter exigido o encerramento da central de Fordo (próxima da cidade de Qom), cuja existência foi mantida em segredo até Setembro.
O consenso na AIEA e o tom invulgarmente duro da resolução que aprovou na sexta-feira (com o apoio da Rússia e da China) levam a crer que Teerão será submetido a novas sanções, se continuar a ignorar as pressões internacionais para suspender o seu programa nuclear.
Hoje, horas depois da ameaça de Larijani, a IRNA adiantou que a Organização de Energia Atómica do Irão já recebeu ordem para avançar com a construção de cinco novas centrais e de planear a edificação de outras cinco. A decisão terá sido tomada numa reunião do governo a que presidiu o chefe de Estado, Mahmoud Ahmadinejad.
A central de Natanz tem, segundo um relatório da AIEA apresentado no início deste mês, cerca de 8600 centrifugadoras em funcionamento, das quais 4000 estão a enriquecer urânio. Poderá vir a ter 54 mil. A central de Fordo alberga 3000.
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