O regime de Teerão rejeitou hoje dar luz verde clara à proposta avançada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organismo das Nações Unidas, que visava uma acção concertada para reduzir a produção de urânio enriquecido no Irão. Em vez de aceitar a oferta de chamar Rússia e França a essa tarefa, os líderes iranianos vieram antes instar a que as potências mundiais respondam ao seu próprio plano para resolver a contenda sobre o seu polémico programa nuclear.
A proposta do organismo da ONU recebeu aprovação nas últimas horas de todas as outras partes envolvidas – Rússia, França e Estados Unidos. O Irão relançou à mesa a sua própria proposta, cujos pormenores não são conhecidos, no que indica a adopção da frequente estratégia iraniana de ganhar tempo para evitar um endurecimento de sanções internacionais.
As potências internacionais temem que o Irão desenvolva armamento nuclear a partir do programa de enriquecimento de urânio, que em Teerão é justificado com propósitos exclusivamente pacíficos de produção de energia.
“Agora estamos à espera de uma resposta positiva e construtiva à proposta do Irão vinda da outra parte o que toca ao fornecimento de combustível nuclear para o reactor de Teerão”, afirmou um dos negociadores iranianos que participou nas conversações desta semana em Viena. “Esperamos que a outra parte evite cometer os mesmos erros do passado, na violação dos termos de acordos... e que ganhe assim a confiança do Irão”, avançou a mesma fonte, citada mas não identificada pela televisão estatal do país.
Diplomatas ocidentais precisaram nos últimos dias que a proposta da AIEA determina que Teerão envie 1,2 toneladas de urânio enriquecido – das 1,5 toneladas que se sabe o país ter armazenadas – para a Rússia e França até ao final do ano para serem processadas a um nível superior de enriquecimento, em que se torna extremamente difícil que o material seja usado para a produção de ogivas nucleares.
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