setembro 28, 2012

Paul Krugman: ‘a loucura da austeridade na Europa‘ não tem qualquer finalidade útil

So much for complacency. Just a few days ago, the conventional wisdom was that Europe finally had things under control. The European Central Bank, by promising to buy the bonds of troubled governments if necessary, had soothed markets. All that debtor nations had to do, the story went, was agree to more and deeper austerity — the condition for central bank loans — and all would be well.      

But the purveyors of conventional wisdom forgot that people were involved. Suddenly, Spain and Greece are being racked by strikes and huge demonstrations. The public in these countries is, in effect, saying that it has reached its limit: With unemployment at Great Depression levels and with erstwhile middle-class workers reduced to picking through garbage in search of food, austerity has already gone too far. And this means that there may not be a deal after all.
Much commentary suggests that the citizens of Spain and Greece are just delaying the inevitable, protesting against sacrifices that must, in fact, be made. But the truth is that the protesters are right. More austerity serves no useful purpose; the truly irrational players here are the allegedly serious politicians and officials demanding ever more pain. [...]

Ver  texto integral de ‘Europe’s Austerity Madness‘ no NYT

setembro 12, 2012

Primavera Árabe ou Primavera Islamista? (Parte I – o equívoco das grelhas de leitura ocidentais)


1. As revoltas ou revoluções que as populações de diversos países muçulmanos, da margem Sul do Mediterrâneo, levaram a cabo desde o início de 2011, têm sido  vistas, com excitação mal contida,  por grande parte da imprensa europeia e ocidental. Fala-se, frequentemente, numa  “Primavera Árabe” para as designar. A expressão tem uma boa ressonância para o público europeu. Evoca imagens históricas e acontecimentos quase míticos do seu passado. O apelo desta forma de designar os acontecimentos, está, também, numa certa nostalgia, na recordação de tempos heróicos e de bravura. Nesse passado, cada vez mais distante para os europeus, estes ainda se revoltavam contra a tirania e os seus regimes autoritários. Faziam-no em nome de valores mais grandiosos do que os da lógica hedonista-materialista em que vivem, ou do “valor” da competitividade, que os seus governos lhe dizem ser o único caminho possível para a salvação da crise.

2.  A expressão “Primavera Árabe” é, por isso, uma evocação sublime e tocante de outras "primaveras" europeias. Desde logo, a “Primavera de Praga”, ocorrida na ex-Checoslováquia, no ano 1968, numa revolta contra a opressão e autoritarismo do regime comunista. Esta foi celebrizada na literatura pela obra do escritor checo, Milan Kundera, “A Insustentável Leveza do Ser”, mais tarde adaptada também ao cinema por Philip Kaufman. Foi precursora, em duas décadas, da revolta dos países da Europa Central e de Leste, que levaram à queda do muro de Berlim (1989) e à dissolução do Império Soviético (1991). Todavia, a designação “Primavera de Praga”, um acontecimento da segunda metade século passado, já foi um remake de uma outra Primavera  – a "original"  –, ocorrida no século XIX, a que os historiadores chamaram a “Primavera dos povos” de 1848. Nessa época, desencadeou-se um conjunto de revoltas e revoluções, baseadas num misto de revindicações liberais, democráticas e nacionalistas. Ocorreram em grande parte da Europa e eram dirigidas contra as monarquias tradicionais e os Estados multinacionais, governados por casas reais multiseculares como os Habsburgos do Império Austríaco (mais tarde Austro-Húngaro).

3. Com este quadro mental bem enraizado, o europeu e ocidental interpreta, ainda que o possa fazer de forma inconsciente, a evolução histórica dos outros povos do mundo como decorrendo em direcção a uma finalidade, que é similar à sua própria evolução histórica. Assim, os povos não europeus e não ocidentais – neste caso os árabes –, estarão também destinados, mais tarde ou mais cedo, a ser como nós: a querer a democracia (pluralista e secular), a liberdade (política, de opinião, religiosa, etc.), os direitos humanos (tal como estão inscritos na Declaração Universal das Nações Unidas de 1948). Esta visão teleológica da história, misturada com o wishful thinking de que o rumo dos acontecimentos será no sentido da “boa” evolução da humanidade (pelo menos assim julgam os europeus), levou a imaginar mais uma “primavera”, agora replicada na margem Sul do Mediterrâneo. A questão é saber se este não é um dos mais comuns e enganadores equívocos de leitura dos acontecimentos internacionais, que, em vez de clarificar, não contribuirá, sobretudo, para obscurecer a compreensão de uma realidade que nos é essencialmente estranha. (Fim da Parte I - publicada originalmente a 1/11/2011).

setembro 08, 2012

Capitalismo ‘made in China‘: estudantes universitários obrigados a trabalhar na FoxConn para produção do novo iPhone 5


Thousands of students in an east China city are being forced to work at a Foxconn plant after classes were suspended at the beginning of the new semester, it has been revealed.

Students from Huai'an in Jiangsu Province were driven to a factory in the city run by Taiwan's Foxconn Technology Company after the plant couldn't find sufficient workers for the production of Apple's much-anticipated iPhone 5, they said in online posts.

A student majoring in computing at the Huaiyin Institute of Technology said 200 students from her school had been driven to the factory.

They started work on the production line last Thursday and were being paid 1,550 yuan (US$243.97) a month for working six days a week, she said.

But they had to pay hundreds of yuan for food and accommodation, she said in an online post under the name of mengniuIQ84.

Several other students from at least five colleges backed up what she said, saying they were being forced to work for 12 hours a day.

Badly disrupted

A Jiangsu Institute of Finance and Economy student called Youyoyu said students from departments of law, English and management were all working at the plant.

A Huai'an University student posting under the name of Dalingzhuimengnan said Foxconn was badly in need of 10,000 workers but students were looking forward to returning to classrooms to continue their academic studies which had been seriously disrupted.

MengniuIQ84 wrote that the authorities had ordered the schools to send students to assist Foxconn but said that the factory neither informed parents nor signed agreements with students.

One or two schools had canceled their internship programs with Foxcon after media exposure and pressure from the public, she said, but her institute had no plans to do so and had even punished students who had tried to leave the factory. [...]


Ver notícia no ShanghaiDaily.com